Twitter Facebook Orkut Rss

Dos monstros de Marte ao meigo ET

09/09/2010

Antes de se tornar o famoso pires voador, o carro do ano dos ETs foi um "parafuso giroscópio espacial". Ele circulou nas primeiras aventuras em quadrinhos de Flash Gordon, o herói intergalático criado em 1934 por Alex Raymond. Flash Gordon e outro herói, Buck Rogers, reinaram imbatíveis nos seriados de cinema no final da década de 30, utilizando fantásticas máquinas contra os habitantes de outros planetas que vinham ameaçar esta pobre Terra.

Era a época das space operas, que voltariam a fazer sucesso nas histórias do tipo Guerra nas Estrelas. Foi também a época em que o então radialista Orson Welles transmitiu, em 1938, uma suposta invasão marciana dos Estados Unidos — na verdade uma versão de A Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G.Wells. A irradiação do ataque levou o pânico a milhões de ouvintes.

Desde Flash Gordon, histórias com seres de outros planetas têm sucesso quase garantido — principalmente quando se adaptam à época e ao público aos quais se destinam. Na década de 50, marcada pela guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética e pelo medo de um conflito atômico entre eles, as histórias mais populares mostravam supercivilizações de seres horripilantes que tentavam nos conquistar. São desse período, por exemplo, os filmes Marte, o planeta vermelho e Os vampiros invadem a Terra. Os títulos são um autêntico sinal dos tempos.

O desenvolvimento da ciência e tecnologia na década de 60 obrigou os autores de ficção a se preocupar mais com a base científica de suas histórias. Com o aparecimento dos movimentos pacifistas e de defesa do ambiente, muitos escritores aproveitaram para criticar por tabela a poluição e a acumulação de arsenais nucleares neste mundo.

Data de 1968 o filme 2001, uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick, baseado num conto de Arthur C. Clarke. Uma das mais belas histórias de ficção espacial de todos os tempos, 2001 aborda a questão dos contatos extraterrestres em tempos remotos da História e a forma surpreendente como uma supercivilização condenada à morte pode se perpetuar em outra.

Os discos voadores voltaram à Terra com toda a parafernália técnica possível na década de 70 em Contatos imediatos de terceiro grau, de Steven Spielberg. Este filme, que teve a assessoria do astrofísico Allen Hynek, um dos maiores especialistas em OVNIs, acusa o governo dos Estados Unidos de esconder do público informações sobre os discos. Além disso, Contatos lança a idéia, que seria retomada em grande estilo por ET — O extraterrestre, de 1982, de visitantes do espaço não só pacíficos e encantadores como também vítimas das trapalhadas dos terráqueos. Esse espírito de auto-crítica permanece na ficção mais recente — sinal de que os homens talvez estejam ficando mais bem preparados para se enxergar como são. Os tripulantes de um disco que pousar no planeta nos dias que correm só terão a ganhar com isso.

0 comentários:

Postar um comentário