No início do século XIX, em Palermo, na pequena ilha da Sicília ao sul da Itália, o monge Giuseppe Piazzi (1746-1826) anunciou ter descoberto um novo planeta entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ele o batizou com o nome de Ceres-Ferdinando, em homenagem à deusa protetora da Sicília, Ceres, e ao rei Ferdinando.
Era o ano de 1801 e Piazzi já estava muito velho, de forma que não conseguiu acompanhar o astro em suas novas observações e acabou perdendo-o. Muitos astrônomos da época tentaram reencontrá-lo, mas em vão.
O problema chamou a atenção de um jovem e brilhante matemático da época, chamado Gauss, que elaborou um método para localizar um corpo celeste a partir de uns poucos dados observacionais. Graças a ele Ceres foi reencontrado.
No ano de 1802 o Sistema Solar contava então com oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno (conhecidos desde a Antiguidade), Urano (descoberto em 1781) e Ceres.
Os planetas do Sistema Solar, no ano de 1802.
Contudo, este quadro não duraria muito e neste mesmo ano anunciou-se a descoberta de um novo planeta: Pallas. Em 1807 foi a vez de Vesta, até que, no ano de 1866 já haviam sido descobertos mais de 60 novos planetas entre Marte e Júpiter. Quantos planetas existiriam afinal?
O Sistema Solar como era conhecido no ano de 1866.
Logo percebeu-se que os novos astros não eram propriamente planetas, mas os corpos hoje conhecidos como asteróides, astros escuros, com formas variadas e percorrendo órbitas excêntricas e bastante inclinadas em relação à eclíptica, como é chamado o plano da órbita da Terra. Além disso eles não eram tão grandes quanto os planetas.
A maior parte dos asteróides subdivide-se em três categorias principais: os carbonáceos (ou tipo C), os siliciosos, (ou tipo S) e os metálicos (ou tipo M).
Cerca de 75% dos asteróides conhecidos são do tipo C e localizam-se nas regiões externas do cinturão, sendo também os menos reflexivos (menor albedo). A maior parte dos restantes é do tipo S.
Porém, nem todos se concentram no cinturão. Alguns formam grupos distintos e gravitam o Sol na mesma órbita de Júpiter, como é o caso dos Troianos, ou seguem órbitas altamente excêntricas, inclusive passando pelo Sistema Solar interior, como Eros.
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